Coronavírus: pandemia do medo e engenharia social



Começou ontem, 11 de maio, um rodízio de veículos que divide pela metade o número de carros circulando na Capital. Automóveis e caminhões só poderão circular em dias alternados. O prefeito pretende, assim, evitar o contágio pelo coronavírus.
Difícil é entender a lógica dessa medida, pois as pessoas que normalmente vão ao trabalho ou outras atividades com seus próprios carros serão obrigadas a fazer uso de transporte público – certamente lotados –, com risco maior de serem contaminadas pelo vírus chinês. Entretanto, parece que o objetivo é outro: acostumar as pessoas a aceitar ordens estapafúrdias do Governo.
Na semana passada, o prefeito de São Paulo fechou diversas vias, causando um congestionamento monstro e muitas reclamações. Profissionais da saúde, ambulâncias e muitos outros tiveram dificuldade para chegar aos seus destinos.
Com o intuito de justificar tais medidas mirabolantes, o novo coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus, Dimas Covas, que também é diretor do Instituto Butantã, afirmou: “Hoje ainda temos um cenário muito preocupante, mas poupamos nesse período 40 mil vidas em virtude dessas medidas [de quarentena]. Se nada tivesse acontecido, se nada tivesse sido feito, poderíamos chegar a um cenário de 700 mil casos [confirmados de coronavírus] hoje. Não tivemos 700 mil casos, tivemos 41 mil casos até o dia de hoje [no estado de São Paulo.” Dimas Covas, porém, não cita nenhum estudo em que teria se baseado para fazer tal afirmação. [1]
Dentro desse modo obtuso de pensar, vale qualquer método – mesmo nazista – para atingir o objetivo. Entretanto, tal objetivo não parece ser o combate à pandemia, mas o de causar pânico na população. Não é através de um sistema de rodízio completamente maluco que se diminuirá o contágio pelo coronavírus.
Entretanto, se essa nova tentativa de fazer diminuir a circulação de pessoas e automóveis na cidade não tiver o resultado esperado, Covas já ameaça com um “lockdown”, ou seja, a proibição absoluta, por meio de repressão policial, de pessoas saírem às ruas, como já acontece em diversas cidades brasileiras.
Segundo o médico infectologista Ricardo Ariel Zimerman, “Lockdown é uma estratégia terapêutica que pulou todas as fases de desenvolvimento para ser testada diretamente em um terço da população mundial. E os governos não se basearam em nenhuma evidência, nenhum experimento. A gente está sendo, portanto, cobaias. Além disso, nunca olharam os resultados para ver se vale a pena manter essa política que tanto estresse psicológico vem causando e tanto mal à saúde além, portanto de se associar à derrocada econômica que vai clamar por muitas vidas no futuro bem próximo.”
Por sua vez, disse o diretor regional para América Latina e Caribe do Programa Mundial de Alimentos da ONU, Miguel Barreto, que uma pandemia de fome, aliada à sanitária já em curso, vai resultar em muitas mortes por falta de comida. “Se não atendermos rapidamente essas populações [em risco], muito provavelmente vamos ter também populações que morrerão de fome.”  [2]
Essa crise acontecerá “devido particularmente ao isolamento social que está em vigor em muitos países e à redução do rendimento econômico que se prevê já, de acordo com muitas organizações, com um impacto na renda de famílias mais vulneráveis.” Alertou Miguel Barreto.
As aparentes loucuras das medidas ditatoriais do governador Dória e do prefeito Covas fazem parte de uma manobra de engenharia social descrita pelo Prof. Plínio Corrêa de Oliveira em 1965 no livro Baldeação Ideológica Inadvertida e Diálogo e denunciada em recente manifesto pelo Instituto que leva o seu nome.

Referências: