Nazismo, fascismo e comunismo são farinha do mesmo saco
Por Jurandir Dias
Hoje em dia, a qualquer
propósito, especialmente quando se defende princípios não afinados com os da
esquerda, as pessoas são tachadas de “fascista”. Assim, me pergunto: o
esquerdista, quando chama alguém de fascista, o faz por ignorância ou por má
fé? Talvez pelos dois motivos. Neste sentido, pareceu-me interessante
esclarecer o que é fascismo.
Fascismo e nazismo são
contemporâneos e de doutrinas semelhantes. Um foi criado na Itália por
Mussolini e o outro na Alemanha por Adolf Hitler. Mussolini, de um lado,
afirmou a identidade de princípios entre o fascismo e o nazismo durante o
banquete que ofereceu ao “Führer” e, de outro lado, o Sr. Hitler declarou
textualmente aos jornalistas que o foram entrevistar:
“Folgo
também em registrar a íntima compreensão
entre o fascismo e o nazismo. É, sem dúvida, o mesmo mundo que o nosso. A
comunhão de ideias é partilhada pelos dois povos, conforme o Sr. Mussolini pode
constatar durante a sua viagem à Alemanha, da mesma forma que eu o constato na
minha atual viagem à Itália”.
“Não só
estas declarações - diz o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira -, como outras do Sr. Hitler, que não
reproduzimos por amor à brevidade, comprovam por assim dizer oficialmente nossa
tese. Também foi particularmente expressivo o banquete de confraternização dos
partidos nazista e fascista, oferecido em um velho monumento da Roma pagã pelo
secretário geral do fascismo ao secretário geral do partido nazista.”[1]
Apesar de nazistas e
fascistas dizerem que são diferentes entre si, o Grande Conselho Fascista da
Itália, em uma reunião no começo do mês de fevereiro de 1939,
aprovou por unanimidade uma declaração em que reafirma “a solidariedade política, ideal e militar,
que une as duas revoluções fascista e nacional-socialista”.
Os
esquerdistas que acusam os direitistas de fascistas desconhecem também a
semelhança de doutrina e de fins do fascismo com o comunismo. O Prof. Plinio, nas páginas do “Legionário”,
denunciou a falácia de que o fascismo e o nazismo são movimentos anticomunistas.
Assim, o denuncia: “A Itália concluiu um acordo
comercial com a Rússia, e, segundo o ‘Manchester Guardian’, a Alemanha
dispõe-se a dar aos comunistas um crédito industrial de 200 a 300 milhões de
marcos em material bélico, enquanto que a Rússia lhe forneceria matérias-primas
em troca.
“Onde está o anticomunismo dos Srs. Hitler e Mussolini? Só se
compreende essas gentilezas, se ambos julgam que tratados comerciais e
fornecimento de material bélico são meios seguros de extinguir o comunismo na
Rússia. Mas, como não fazemos aos Srs. Hitler e Mussolini a injúria
de duvidar de suas inteligências, somos forçados a crer que o nazismo e o
fascismo não são tão inimigos do comunismo como parecem.” [2]
Em outro artigo
também publicado no “Legionário” em 8 de julho de l945, Dr. Plinio denuncia o
nazismo e o fascismo como “os dois
maiores ‘bluffs’ da ‘contra-revolução’:
“No decurso da guerra mundial de 1914 e particularmente após ela,
justamente com a aceitação dos movimentos da extrema esquerda e diante da
ameaça do caos bolchevista, surge uma forte reação contra o liberalismo,
principal responsável pela confusão então reinante e caldo de cultura de todas
as campanhas revolucionárias do mundo moderno. Manifestou-se esse
anti-liberalismo não apenas em alguns partidos políticos, mas em todas as
esferas sociais, e seu espírito começou a se infiltrar mais e mais na literatura,
penetrando em todas as organizações católicas e mesmo em ambientes acatólicos.
A mocidade sobretudo era anti-liberal. A própria palavra ‘liberal’ tornou-se
injuriosa.
“É nesta altura que as forças secretas resolvem ‘fazer a contra-revolução antes que os povos a fizessem’... Surgem
como cogumelos os sociólogos e ensaístas políticos a deblaterar contra a
corrupção e falência do liberalismo. E ao lado de uma legítima reação contra a
desagregação liberal, insinua-se o
fascismo e logo em seguida o nazismo, para apenas citar os dois maiores ‘bluffs’
da ‘contra-revolução’, empunhando o
estandarte da pseudo-reação e da pseudo-direita.
Muitos se enganam,
portanto, ao pensar que fascistas e nazistas são anticomunistas. Na verdade,
nazismo, fascismo e comunismo são farinha do mesmo saco. Assim, aqueles que
acusam de “fascistas” os que defendem a família, a propriedade e os bons
costumes são eles mesmos, de fato, os verdadeiros fascistas.
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