sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Ideologia de gênero e baldeação ideológica inadvertida

Ideologia de gênero e baldeação ideológica inadvertida








Foi lançado recentemente na Espanha o livro Cuando nos prohibieron ser mujeres y os persiguieron por ser hombres: Para entender cómo nos afecta la ideología de género (Quando nos proibiram ser mulheres e vos perseguiram por serem homens: Para se entender como a ideologia de gênero nos afeta), da filóloga e professora Alicia Rubio (foto ao lado). Após o lançamento, a autora vem sofrendo perseguições e recebendo comunicações de última hora anunciando que suas conferências públicas sobre o tema estão proibidas.
Em entrevista ao blog En Cuerpo y Alma, transcrita pelo site religionenlibertad.com[i], a professora afirma que “a ideologia de gênero é uma construção doutrinária, uma verdadeira ideologia através dos postulados que impõe”. Ou seja, tal ideologia “afirma que não há homens nem mulheres naturais, mas que homens e mulheres são frutos dos convencionalismos, dos aprendizados sociais e imposições. Dessa forma, todos podemos ser homens ou mulheres conforme decidimos… Como estas propostas são bastante extremistas e fora da realidade, elas devem ser impostas mediante leis e educando os menores dentro desta perspectiva o mais rapidamente possível.

Luta de classe entre os sexos

Segundo a professora, “[a ideologia de gênero] surge de um feminismo que odeia o varão, a quem considera a causa de todos os males da mulher. (…) Essa interpretação da natureza humana é a chave do ódio ao varão e desprezo pela mulher, as suas condicionantes biológicos, a maternidade. Com uma aplicação da luta de classes entre os sexos, resulta um instrumento excelente para controlar, e inclusive reduzir drasticamente a população, pelo que começa a ser adotada por organismos internacionais relacionados com a demografia e a irradiar-se através de uma ONU empenhada nesse controle populacional.
A ideologia de gênero caminha a passos rápidos em alguns países, mas tem encontrado obstáculos de ordem moral em outros. Assim, a Profa. Rubia observa que “há países aos quais eu chamo de ‘cobaia’, nos quais as diferentes políticas de gênero têm sido implantadas mediante todo tipo de imposições e manipulações da opinião pública. Como se pode comprovar, o funcionamento de tais estratégias era utilizado em outros países. Em alguns países em que a agenda de gênero está completamente assentada, tem passado já a fase dos despropósitos em que a população nocauteada aceita qualquer aberração jurídicaEm outros, pelo contrário, a coisa está menos avançada, e como se tenta cortar etapas para igualá-los com os pioneiros, a população está se rebelando. Nesses países a pressão está sendo radical e sem dissimulação”.
Resistência contra a ideologia de gênero na ex-URSS
A Profa. Rubia revela que “há países na América hispânica que estão tentando frear as legislações de gênero impostas por governo de todas as cores, que seguem os ditames da agenda de gênero à margem dos desejos de alguns cidadãos que são ignorados. Mas a rebelião mais efetiva provém dos países que pertenceram à URSS, vítimas da reengenharia social comunista, que têm detectado nesta nova ideologia alarmantes semelhanças com o totalitarismo que já viveram. Assim, Hungria, Polônia, Croácia… tentam defender-se das imposições de organismos internacionais para estabelecer as políticas de gênero”.

Baldeação ideológica inadvertida

Em entrevista concedida a uma rádio no dia 7 de abril p.p., a Profa. Rubia declarou que a ideologia de gênero “está tentando converter a masculinidade em ‘machismo’. E ‘machismo’ maltrata. Quer dizer, é uma concatenação [de ideias] que se chama baldeação ideológica inadvertidaa qual quer transformar ‘masculinidade’ em ‘maltrato’, passando antes por ‘machismo’”.
Em janeiro de l966, o Prof. Plinio Corrêa de Oliveira publicou o livro Baldeação Ideológica Inadvertida e Diálogo[ii], no qual descreve como a Revolução utiliza certas palavras carregadas de energia talismânica, com uma conotação diferente de seu significado semântico, para levar as pessoas a uma verdadeira transformação ideológica. No capítulo II, item 5, desse livro, o autor nos traz um exemplo característico de baldeação ideológica. Vejamos:
“Exemplifiquemos sumariamente, com base na tão difundida trilogia da Revolução Francesa, como uma pessoa infensa ao comunismo pode ser baldeada inadvertidamente para este.
‘Liberdade, Igualdade, Fraternidade’: claro está que nenhuma destas palavras tem um sentido intrinsecamente mau. Sem embargo, delas facilmente se pode abusar.
“Assim, desde que se excite ao máximo em um paciente, por meio de uma hábil propaganda, a paixão da liberdade, pode-se criar nele a apetência desordenada de um estado de coisas em que não haja poder público nem leis. A natureza humana decaída tende facilmente para tal. E os germes ideológicos legados ao mundo pela Revolução Francesa estão carregados de estímulos nesse sentido. Ora, este é também o termo em que, segundo os doutrinadores do marxismo, deve desfechar em sua fase final o Estado totalitário comunista.
“Da exacerbação do apetite de igualdade – tão fácil dada a tendência do homem para a inveja e a revolta – resultam logicamente o ódio de toda hierarquia social e econômica, e o igualitarismo total, inerente ao regime comunista já desde a fase do capitalismo de Estado e da ditadura do proletariado.
“Uma vez exacerbada a ideia de fraternidade, se chega ao ódio de tudo quanto separa e diferencia proporcionada e legitimamente os homens, e, pois, ao anseio da abolição de todas as pátrias, para a instauração de uma república universal: outro objetivo do comunismo.
“Escolhemos como exemplo esses três anseios porque a nosso ver eles ocupam, na bolchevização do Ocidente, um papel capital. Exagerada a estimação destes três valores na mente de alguém, criado em torno deles um clima emocional desequilibrado, é fácil levar o paciente, de etapa em etapa, a um reformismo liberal e igualitário que, tornando-se sempre mais radical, induza primeiramente à simpatia e à cooperação com os comunistas, para chegar afinal à aceitação do próprio comunismo, tido como a realização absoluta e perfeita da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade.”
Dr. Plinio também nos mostra em sua obra que a melhor maneira de tirar a força mágica da palavra-talismã é “exorcizá-la” mediante a explicitação. Do mesmo modo, o combate à ideologia de gênero se faz denunciando-a em todos os seus aspectos, mostrando toda a sua maldade em seus métodos e táticas para destruir a imagem de Deus no homem.
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[i] http://www.religionenlibertad.com/vivir-del-dinero-publico-acallar-disidentes-adoctrinar-ninos-los-pasos-58444.htm – acessado em 31/07/2017.
[ii] http://www.pliniocorreadeoliveira.info/livros/1965.pdf

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