Comunismo para crianças
Por Jurandir Dias
Infelizmente, no setor de livros infantis havia outro
tipo de literatura: aquela que se ensina nas Universidades, ou seja, O Capital de Karl Marx. O título do
livro é O Capital Para Crianças de
autoria dos catalães Joan Riera e Liliana Fortiny, lançado pela Editora
Boitatá, selo infantil da Boitempo. A obra faz parte de uma série de
publicações marxistas que a Editora vem fazendo para comemorar o bicentenário
de Karl Marx. Consequentemente, tive que ir a outra livraria.
O livro apresenta o marxismo e a luta de classes numa
linguagem simples e didática, fácil para a criança aprender e colocá-lo em
prática. São diversas histórias contadas pelo vovô Carlos (alusão a Karl Marx)
aos seus netinhos.
Assim, o “vovô” ensina, por exemplo, a teoria marxista da
“plus valia”:
“Frederico se espanta quando encontra no mercado um par
de meias custando duas libras. Funcionário da fábrica que produz o produto,
fica intrigado e quer saber o que leva aquela peça de roupa a custar tanto, já
que ele ganha apenas 25 centavos para cada par de meias que produz. Um amigo
lhe explica que o valor final leva em conta, além do seu trabalho, o custo do
carvão, da lã, das máquinas… No entanto, Frederico continua estranhando a
discrepância entre o que recebe e o que é pedido pelas meias. Pede, então, para
que Rosa, uma colega bem instruída, faça as contas e lhe explique o que se
passa.
“Rosa
passa um domingo inteiro, seu único dia de folga, fazendo e refazendo cálculos.
Ao cabo, descobre que, do preço final, 1,34 corresponde ao “mais valor” (ou
mais valia), o lucro do patrão. ’Bom. Sabe o que eu acho? Que esse tal de ‘mais
valor’ deveria se chamar ‘trabalho não pago ao trabalhador’. É muito injusto!”,
retruca Frederico. A solução para mudar aquela realidade? Greve geral para que
os empregados da fábrica negociem uma jornada de trabalho menor e salários mais
altos.”
“Antigamente – diz o livro – a pessoa que contratava chamava-se
capataz, patrão ou amo. Hoje, costuma-se chamar empresário, chefe ou gerente.
Já quem era contratado (isto é, o Frederico), antes era chamado de operário ou
proletário. Hoje, costumamos chamar de trabalhador, funcionário ou empregado.”
Sobre Che Guevara, diz o livro:
“A Revolução tinha triunfado, e agora chegava o momento mais difícil para esses homens e mulheres: reconstruir a ilha. Começaram a distribuir as tarefas (que eram um montão!) de acordo com as capacidades de cada um. Tinham tanto por fazer! E os que estavam ali sentiam a responsabilidade de dar o exemplo… Isto preocupava muito o Che: ser honesto e consequente.”
O verdadeiro Che Guevara
Sim, o sanguinário Che era “consequente”. Para matar, ele não precisava
nem de provas nem de julgamento.
Che Guevara discursa na ONU |
Num discurso na Assembleia Geral da ONU, em 9 de dezembro
de 1964, Che declarou: “Fuzilamentos? Sim,
temos fuzilado! E vamos continuar fuzilando enquanto for necessário! Nossa luta
é uma luta de morte!” Isto era dito diante dos aplausos ou da omissão
daquela seleta Assembleia. Eram os burgueses que achavam graça em seu carrasco.
“Eu não
preciso de provas para executar um homem”, gritou Che Guevara para um
funcionário do judiciário cubano em 1959. “Eu
só preciso saber que é preciso executá-lo”.
Che Guevara: “Eu não preciso de provas para executar um homem” |
“Segundo José
Vilasuso, um cubano que na época auxiliou em julgamentos sumários presididos
pelo próprio Che Guevara, estima que esse líder revolucionário tenha sido
responsável por mais de 400 sentenças de morte apenas nos primeiros meses em
que comandava a prisão de La Cabaña, Cuba. O padre Iaki de Aspiazu, que atendia
as confissões e dava extrema-unção, disse que aquele guerrilheiro,
pessoalmente, executou mais de 700 pessoas por fuzilamento. Já o jornalista
cubano Luis Ortega, que o conheceu ainda em 1954, escreveu em seu livro “Yo Soy
El Che!” que o número real de pessoas que Guevara fuzilou pessoalmente, ou
mandou que o fizessem, é de 1.892.”[ii]
“Mas… Como era ser livre nesta ilha tão pequenininha?”
– pergunta-se no livro.
“Hmmm, essa é a
pergunta certa! Deixa eu te contar. Você imagina um país onde não existem
crianças que tenham que viver na rua? Assim é Cuba depois da Revolução! Por
isso, eles não gostam de países onde há muita desigualdade (ricos muito ricos e
pobres muito pobres).
Nesta ilha pequena e humilde, ninguém passa fome; o que
eles têm (seja muito ou pouquinho) é dividido em partes iguais. Mas também foi
erradicada a desnutrição infantil e o analfabetismo…”
Cubanos fugindo para Miami |
Realmente
é uma boa pergunta: como é ser livre em Cuba?
Essa ilha utópica só existe nos livros de literatura
comunista. Na Cuba real, entretanto, a situação é bem diferente: após 59 anos
de ditadura comunista ela se tornou um país paupérrimo. Mais de um milhão de
pessoas (cerca de 10% da população) se lançaram ao mar, arriscando a própria
vida em frágeis embarcações para escapar desse “paraíso” alardeado pela mídia
esquerdista. Este fato por si é suficiente para ter-se uma ideia das condições
em que vive a população daquela ilha-prisão, onde, segundo o livro O Capital Para Crianças, “ninguém passa forme”.
Como
explicar também as deserções de atletas, em viagens para jogos em outros
países, e de médicos que vêm para o Brasil para trabalhar no programa “Mais Médicos” do governo brasileiro e
da Venezuela? Conforme artigo publicado pela “Agência
Boa Imprensa”, “em 2012 havia
cinco mil profissionais da saúde refugiados nos EUA, mas o número disparou em
2013, atingindo oito mil, 98% dos quais fugiram da Venezuela porque as
condições estão cada vez piores nesse país”, informou o Dr. Julio César
Alfonso, presidente de Solidariedade sem Fronteiras (SSF), ONG com sede em
Miami que auxilia os médicos cubanos que fogem dos despóticos planos sociais
que Havana vende como “economia de serviços” no mundo todo.
Na
verdade, o comunismo não ama os pobres, mas a pobreza. É isto que ele criou em
todos os países onde se instalou.
* * *
Como se já não bastasse a famigerada ideologia de gênero imposta goela
abaixo para as nossas crianças em algumas escolas brasileiras, agora querem
ensinar-lhes a doutrina comunista. O comunismo odeia a inocência das crianças,
por isso quer destruí-la de todas as formas.
Nosso
Senhor Jesus Cristo sempre demonstrou o seu amor pelas crianças; várias vezes
Ele se referiu a elas com fortes increpações contra aqueles que querem destruir
a inocência delas: “Melhor lhe fora que
se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho e fosse lançado ao mar, do que
fazer tropeçar um destes pequeninos.” (Lucas 17: 2). E ainda no
Evangelho de São Marcos 10: 14, diz: “Deixai
vir a mim as crianças. Não as proibais, porque o Reino de Deus é dos que são
como elas”.
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[i] Bécassine é uma tira de quadrinhos francesa, que
teve sua primeira edição em 2 de fevereiro de 1905.
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