terça-feira, 28 de março de 2017

O remédio que matou o paciente

O remédio que matou o paciente


Por Jurandir Dias



Vemos a todo o momento notícias sobre o caso dos frigoríficos. Trata-se da operação da Polícia Federal chamada “Carne Fraca”.

As opiniões se dividem a respeito da maneira como essa operação foi conduzida e divulgada. Há muitas críticas à PF, e muitos elogios também.

Para se descobrir o culpado  de um crime enigmático – não quero dizer estamos diante de um crime -, geralmente a primeira pergunta que se impõe é a quem tal crime interessa. Assim, podemos ter essa pergunta como premissa para o nosso raciocínio a fim de tirarmos as nossas conclusões a respeito desse fato.

Segundo informações veiculadas pela imprensa, a investigação começou há dois anos ou mais. Durante esse período, investigaram-se mais de 2 mil empresas e em menos de 0,5 por cento delas  se constatou alguma irregularidade.  Diante disso, algumas perguntas fundamentais se apresentam ao meu espírito:

Primeira pergunta: se o caso era tão grave como noticiam, por que a polícia não agiu imediatamente,  evitando assim que os brasileiros e os importadores eventualmente se alimentassem de um produto impróprio para o consumo, com  sérios riscos para a saúde?

Segunda pergunta: por que não puniram estas empresas,  dentro da lei, antes que se divulgassem os fatos?

Faz menos de dois anos do Impeachment da Presidente Dilma. Portanto, as investigações começaram durante o processo de Impeachment. De lá para cá, o Presidente Temer vem sofrendo ataques de seus adversários. Atualmente, estes ataques se acirraram em virtude da polêmica Reforma da Previdência. Teria sido este o momento “oportuno” que os inimigos do Agronegócio encontraram para desfechar-lhe tão duro golpe? Não sei, não posso afirmar. Estou só pensando com os meus botões.

Continuo a  pensar. Pensar não faz mal a ninguém. O que faz mal é tomar decisões sem pensar. Teria a PF tomado uma decisão sem pensar? Difícil de acreditar.

Pensada ou não, essa operação desastrada da PF teve as consequências que estão aí para todo o mundo ver. E “todo o mundo” aqui é literal, ou seja, o mundo todo mesmo. As importações de carnes do Brasil – que eram consideradas as melhores do mundo – caíram quase 100 por cento. Frigoríficos foram fechados e centenas de pessoas desempregadas. O Agronegócio simplesmente está na bancarrota. Sem considerar a imagem do Brasil no exterior...

A quem interessa tudo isto? Em primeiro lugar, e mais importante, interessa aos inimigos do Agronegócio, como os movimentos sociais, o MST e outros, que reivindicam a Reforma Agrária socialista e confiscatória nos moldes do PT e da esquerda católica, a qual tem tudo de esquerda e quase nada de católica. Em segundo lugar, interessa aos adversários do Brasil no exterior.

Assim, a operação “Carne Fraca” agiu como um médico que tenta curar um paciente que apresenta  alguns sintomas de uma doença facilmente curável, entretanto, aplica-lhe um medicamento forte demais e acaba por matá-lo!


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