As perguntas e respostas a
seguir foram tiradas do livro “O caminho sinodal, uma caixa de Pandora. 100
perguntas e 100 respostas.” Escrito por Julio
Loredo e José Antonio Ureta, com prefácio do Cardeal Raymond Leo Burke. Os que desejarem
podem fazer download ou pedir o livro físico através do link: https://caminhosinodal.ipco.org.br/
https://caminhosinodal.ipco.org.br/ |
*
* *
1. O que é o Sínodo dos Bispos?
O
Sínodo dos Bispos é um órgão permanente da Igreja Católica, externo à Cúria
Romana, que representa o episcopado. Foi criado pelo Papa Paulo VI em 15 de
setembro de 1965, com o Motu Proprio Apostolica
sollicitudo.
O
Sínodo é convocado pelo Papa, que define sua agenda, e pode se reunir de três
formas: Assembleia Geral Ordinária para assuntos relativos ao bem da Igreja universal;
Assembleia Geral Extraordinária para assuntos urgentes; e Assembleia Especial
para assuntos relativos a uma ou mais regiões. Tem ele um caráter puramente
consultivo, mas pode exercer função deliberativa quando o Papa o conceder.
Até
o momento, foram realizadas quinze Assembleias Gerais Ordinárias do Sínodo dos Bispos.
A 16ª se dará em 2023.
6. Quais são os temas e o programa do próximo Sínodo?
Em
reunião de 24 de abril de 2021 com o Cardeal Mario Grech, Secretário Geral do
Sínodo, o Papa Francisco aprovou o tema e o programa da 16ª Assembleia Geral
Ordinária do Sínodo dos Bispos.
Teve
início assim a fase de consulta nacional e local com o Povo de Deus, concluída
no final de 2022. Começou em seguida a fase continental, que culminou em
fevereiro e março de 2023 com as Assembleias Continentais, que apresentaram ao
Vaticano suas conclusões conhecidas como Sínteses.
Passa-se então à fase universal, para a qual foram convocadas duas Assembleias
Gerais em Roma: a primeira em outubro de 2023, e a segunda em outubro de 2024. Um
retiro espiritual para todos os participantes precederá a assembléia de 2023.
Eis
o tema escolhido: “Por uma Igreja
Sinodal: Comunhão, participação e missão”. De acordo com o Papa, trata-se
de “caminhar juntos –
leigos, pastores, Bispo de Roma”.[1] A maior dificuldade a ser superada “é este clericalismo que
separa do povo o sacerdote, o Bispo”, porque “há muitas resistências em superar a imagem de uma Igreja
rigidamente dividida entre líderes e subordinados, entre os que ensinam e os
que têm de aprender, esquecendo que Deus gosta de inverter posições: ‘Derrubou
os poderosos dos seus tronos, elevou os humildes’ (Lc 1,52) .
[...] Caminhar juntos evidencia, como linha, mais a horizontalidade do que a
verticalidade”.[2]
Portanto,
o próximo Sínodo não discutirá um tema pastoral específico, como
é comum nessas assembleias, mas a própria estrutura da Igreja,
motivo pelo qual ele também é conhecido como o “Sínodo sobre a sinodalidade”.
https://caminhosinodal.ipco.org.br/ |
[1] Discurso do Santo Padre Francisco
na Comemoração do Cinquentenário da Instituição do Sínodo dos Bispos, 17 de
outubro de 2015. https://www.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2015/october/documents/papa-francesco_20151017_50-anniversario-sinodo.html
[2]
Discurso do Papa
Francisco aos fiéis da diocese de Roma, 18 de setembro de 2021, https://www.vatican.va/content/francesco/pt/speeches/2021/september/documents/20210918-fedeli-diocesiroma.html