quarta-feira, 24 de julho de 2019

O culto à feiura e a revolução nos trajes




O culto à feiura e a revolução nos trajes


 
O mundo voltou as costas ao belo e abriu as portas ao feio e despudorado. A consequência disso é uma revolução nos trajes que beira o nudismo.
O escritor inglês Roger Scruton, em um programa de TV com o sugestivo título “Por que a beleza importa?”, descreveu como começou esse culto à feiura:[1]
“Em qualquer época entre 1750 e 1930, se você pedisse às pessoas cultas para descreverem o objetivo da poesia, da arte ou da música, elas teriam respondido: a Beleza. E se você perguntasse a razão disso, aprenderia que a Beleza é um valor, tão importante quanto a Verdade e o Bem.
“Depois, no século XX, a beleza deixou de ser importante. A arte, cada vez mais, concentrou-se em perturbar e quebrar tabus morais. Não era a beleza, mas a originalidade, conseguida por qualquer meio e a qualquer custo moral, que ganhava os prêmios. 
“Não apenas a arte fez um culto à feiura; a arquitetura também se tornou desalmada e estéril. E não foi somente o nosso ambiente físico que se tornou feio. Nossa linguagem, nossa música e nossas maneiras estão cada vez mais rudes, egoístas e ofensivas; como se a beleza e o bom gosto não tivessem nenhum lugar real em nossas vidas.”
Roger Scruton, entretanto, não fala da feiura nos trajes contemporâneos.
A jornalista e crítica de moda, Robin Givhan, por sua vez, publicou no The Washington Post um artigo intitulado: O feio está na moda; por que as pessoas estão usando peças de beleza duvidosa?”,  no qual descreve como as pessoas são levadas a usar trajes feios e pagar caro por eles.[2]
A autora observaessas roupas são desajustadas e indiscutivelmente feias? Sim, e as pessoas vão comprar – porque são confortáveis, familiares e, ocasionalmente, práticas. A estética pode ser prejudicada. […] mas agora os jeans rasgados parecem normais, assim como as silhuetas oversized”.
E continua: “O pioneiro dos feios – adjetivo usado aqui com carinho – foi a Birkenstock. Conhecida por sua sola deselegantemente moldada em um material que lembra muito granola prensada, a sandália alemã foi reimaginada de uma maneira superluxuosa, em 2013, pela designer Phoebe Philo. […] E vendeu cada par por 900 dólares”.
“É como um esnobismo reverso” – comenta.
“Mas quando tudo isso começou?” – pergunta Robin Givhan.
Ela mesma responde: “A moda já flertou com a estética feia em outras ocasiões no passado. A mais notável foi nos anos 1990, quando a Prada fez sucesso com suas estampas desagradáveis e cores tenebrosas. Mas é melhor falar do retorno lembrando do normcore, tendência antifashion que surgiu em 2013, colocando roupas banais em alta.”
Givhan cita uma estilista chamada Susie: “No passado, luxo significava feminilidade. Era sinônimo de uma bolsa linda ou de um belo suéter de cashmere. A maioria dessas peças é o oposto de feminilidade. É uma revolta contra o luxo que conhecemos.”
“Em vez de chamar atenção com luxo extraordinário, eles procuram o mundano” – continua a estilista.
Esse culto à feiura chegaria naturalmente ao despudorado de nossos dias. As modas, especialmente a feminina, chegaram às raias do quase nudismo. As pessoas acham que são independentes, autossuficientes, mas seguem modas que são impostas por alguém com carisma especial, ou gurus, que não aparecem e não são conhecidos, que dentro de antros ou laboratórios sinistros manipulam as mentes. São os laboratórios da Revolução.
A roupa não serve apenas para cobrir o corpo, mas também para realçar a personalidade, a desigualdade e a distinção existentes entre as pessoas. A Revolução é igualitária, odeia tudo isso, e quer destruir especialmente a beleza do ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus. E para isso utiliza os trajes esfarrapados, imorais e feios de nossos dias.
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Referências:

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