sábado, 29 de dezembro de 2018

Senso do ser ou “conhecimento anterior”


Senso do ser ou “conhecimento anterior”



Alguns estudiosos e especialistas em educação infantil afirmam que ao nascer já traríamos na herança genética as qualidades e capacidades básicas do ser humano: “Os fatores inatos são mais poderosos na determinação das aptidões individuais e do grau em que estas podem se desenvolver do que a experiência, meio social e a educação. O papel do meio social, segundo esta perspectiva inatista, se restringe a impedir ou a permitir que essas aptidões se manifestem.”[1]
Alfred Binet, médico que investigou a psicologia da criança e do deficiente, por sua vez, concebia a inteligência como uma aptidão geral que não dependia das informações adquiridas no decorrer da vida. Segundo ele, o que define a inteligência de um indivíduo não é a quantidade de conhecimentos que ele possui, mas sua capacidade de julgar, compreender e raciocinar. E essas capacidades não podem ser aprendidas, mas ao contrário, são biologicamente determinadas pela herança que recebemos de nossos pais.
Jean William Fritz Piaget é um biólogo, psicólogo e epistemólogo suíço que se dedicou a pesquisar como a criança elabora o conhecimento para construir sua inteligência. Ele afirmou que a criança nasce equipada de reflexos. O contato com o meio físico e social no qual está inserida faz com que ela amplie ou modifique tais reflexos, ou adquira novos esquemas de ação.
Piaget constatou que o indivíduo só recebe determinado conhecimento se for capaz de recebê-lo. O novo conhecimento só é recebido se tiver um conhecimento anterior que possibilite a assimilação e a acomodação.
Esta noção, ou “conhecimento anterior”, é chamado senso do ser e serve de matriz para todo o conhecimento futuro com o qual Deus proporciona à criança condições para ver, julgar e agir diante do mundo novo que se lhe vai desvendando passo a passo.
Esse “conhecimento anterior” de que fala Piaget corrobora o pensamento do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira, para quem “o elemento primeiro do senso do ser é o senso de que eu sou, mas que de fato há algo anterior. A matéria-prima para a noção de ser é inata. Ela se desperta no contato com a realidade. É um conhecimento germinativo primeiro, é o conhecimento que o ser tem de que ele é. E algo, que não é ele, é também. Tem a capacidade de refletir: ele se conhece e conhece a coisa, e refletindo desenvolve o primeiro conhecimento”.[2]
O ser é aquilo que há de mais íntimo, mas também de mais nobre em tudo. É o ser que confere realidade àquilo que existe. Aquilo que eu chamo ser – disse São Tomás – é a mais perfeita de todas as coisas.”
O homem pode perder o senso do ser através de um pecado de espírito que Dr. Plinio chamou de “pecado criteriológico”. “Não se perde a noção de ser por uma negação metafísica frontal,  mas por uma recusa do espírito que leva a afrouxar e a negar a importância do princípio de contradição e do princípio de identidade” – observou.[3]
_________________________________
[1] Fontana (1997, p. 12)
[2] MNF, 04 de maio de 1988
[3] Roberto de Mattei: Plinio Corrêa de Oliveira – Profeta do Reino de Maria, pág. 54 a 57.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Ideologia de gênero e lavagem cerebral


Ideologia de gênero e lavagem cerebral


Por Jurandir Dias 
Deus criou o homem à sua imagem e semelhança (Genesis 1: 26). A ideologia de gênero é uma revolução que visa destruir essa imagem e transformar totalmente o gênero humano. Por isso se diz com profundidade e acerto que ela é uma revolução diabólica, pois não podendo o demônio destruir o próprio Criador, quer destruir a sua imagem nos homens.
Segundo essa ideologia, ninguém nasce homem ou mulher. É o cérebro que com o tempo determina o sexo que se vai escolher. Neste sentido, a criança quando nasce não deve ser registrada no cartório com o sexo masculino ou feminino, mas indefinido.
Depois de serem desmascarados por inúmeros estudos científicos, os propulsores dessa farsa querem agora abstrair do problema da “identidade” sexual com os hormônios masculinos e femininos, como afirmavam antes. Segundo o Prof. Joshua D. Safer, endocrinologista do Mount Sinai Health System de Nova York, “o que nós não conhecemos são todos os fatores biológicos em jogo que explicam a identidade de gênero. Pelo que nós, da comunidade médico-biológica tradicional, sabemos em 2018, é programado, é biológico, não é inteiramente hormonal, e nós não identificamos os genes, de modo que não podemos dizer especificamente que ele é genético”.[1]
Segundo o Dr. Safer, “ser transgênero não é uma questão de escolha. É uma percepção esmagadora de que o seu gênero não é o que consta na certidão de nascimento”.
Inúmeros estudos de renomados cientistas — por exemplo, o do Dr. Paul R. McHugh, ex-chefe da ala de psiquiatria do famoso Hospital Johns Hopkins, em Baltimore, Maryland — afirmam que a mudança de sexo é biologicamente impossível: “A cirurgia não transforma o homem em mulher ou vice-versa.  Pelo contrário, eles se transformam em homens feminizados e mulheres masculinizadas”. O médico disse ainda que as pessoas que promovem tal cirurgia estão colaborando e promovendo uma desordem mental. [2]
Estima-se que 41% das pessoas que fazem a cirurgia de mudança de sexo cometem suicídio. É o que revela um importante estudo publicado por The New Atlantis, intitulado “Sexualidade e Gênero: achados das Ciências Biológica, Psicológica e Social”. Seus autores, os Drs. Lawrence Mayer e Paul McHugh, são dois dos principais estudiosos sobre saúde mental e sexualidade de nossos dias.[3]
Os atuais defensores da ideologia de gênero, entretanto, querem provar o contrário. Eles negam que o motivo dos suicídios seja consequência da terapia aplicada na mudança de sexo, mas antes “a aflição em razão desta discrepância pode tornar-se particularmente intensa na época da puberdade, e o risco de suicídios aumenta consideravelmente entre os jovens que se encontram nesta situação” segundo a jornalista Denise Grady (The New York Times, reproduzido pelo jornal O Estado de S. Paulo)
Após o fracasso dessas cirurgias, como o caso dos gêmeos Reimer, agora eles reconhecem que estavam “equivocados”. Afirma a jornalista: “Estavam equivocados. À medida que cresceram e se tornavam adultas, muitas tinham a clara sensação de serem homens. De acordo com um estudo realizado com 16 delas, mais da metade acabou se identificando como homem.” [4]
O próprio Dr. Safer reconhece que se tratava de uma “limpeza”, ou seja, de lavagem cerebral: “Considerando o fato de que é possível fazer uma limpeza cerebral em algumas pessoas no que se refere a qualquer coisa, falhar com tantas é catastrófico”. Com efeito, como a ideologia de gênero não tem base científica, ela quer se impor através de um processo parecido com uma lavagem cerebral. Conta para isso com o apoio de certos governos, e do ativismo judiciário nos países onde não consegue aprovar leis como o Estatuto da Diversidade Sexual[5] proposto pela senadora Marta Suplicy, do fracassado PT.
________________________________
Referências: