sábado, 11 de agosto de 2018

Aborto e Pena de Morte

Aborto e Pena de Morte


Vivemos num mundo cheio de paradoxos. Há pessoas, por exemplo, que são contra a pena de morte, mas a favor do aborto.
Embora o aborto e a pena de morte matem pessoas, há uma diferença fundamental: enquanto o aborto mata uma pessoa inocente, a pena de morte mata o criminoso irrecuperável que se tornou um grande perigo para a sociedade.
Na pena de morte, o criminoso tem todos os direitos à ampla defesa até o julgamento e a pena capital. E a sua morte, em muitos casos, pode representar uma possibilidade de salvação da própria alma. Ele poderá se arrepender, se confessar e ter a salvação eterna, o que provavelmente não aconteceria se continuasse vivo.
Com o aborto, pelo contrário, a vítima é um inocente condenado pela própria mãe, sem nenhum direito à defesa. A ele também se negam todos os sacramentos e, em consequência, não vai para o Céu. Seu destino post-mortem é o limbo, para onde vão os justos que morrem sem receber o batismo. Ali eles não sofrem, mas estão privados da visão beatífica.

O aborto não deixa de ser homicídio mesmo legalizado

Os abortistas alegam que o aborto é um problema de saúde pública cujo objetivo é salvaguardar a vida das mulheres. Além disso, apresentam cifras astronômicas impactantes de abortos clandestinos que teriam levado à morte de “milhares” de mães desprovidas de dinheiro para pagar uma clínica normal para fazer o aborto. Tais cifras não constam em nenhuma estatística oficial. Apenas alegam que são milhares.
O aborto é um pecado que brada aos Céus e clama a Deus por vingança. Os abortistas querem descriminalizá-lo. Entretanto, sua “legalização” não lhe tira o caráter de homicídio. Seria o mesmo que descriminalizar o latrocínio, por exemplo. O aborto continuará a ser uma transgressão à Lei de Deus, sob a qual devem estar sujeitas as leis do Estado. Médicos e enfermeiras, parentes e amigos que favorecem um aborto, incorrem em excomunhão latae sententiae, isto é, automática.

O exemplo de uma mãe católica   

Da. Lucília Corrêa de Oliveira
com seu filho, Plinio, ao colo.

O argumento de que o aborto tem por objetivo salvar a vida da mulher em risco de morte também não se justifica. A mãe verdadeiramente cristã, posta diante da alternativa de morrer ou salvar o filho, certamente preferirá morrer. Foi o que fez uma dama paulista, no início do século passado. O médico lhe anunciou a complexidade do parto e que provavelmente ela ou o menino morreria. Sugeriu-lhe então o aborto, para não arriscar a própria vida. De modo tranquilo, mas firme, aquela senhora respondeu: ”Doutor, esta não é uma pergunta que se faça a uma mãe! O senhor não deveria sequer tê-la cogitado!” Ela não fez o aborto e o filho nasceu normalmente. Essa senhora foi Da. Lucília Corrêa de Oliveira, mãe de Plínio Correa de Oliveira. Se ela tivesse consentido no aborto, o mundo e a Igreja teriam perdido um dos maiores líderes católicos dos últimos tempos.[1]
Deus criou o homem à sua imagem e semelhança. Para cada pessoa Ele tem um plano e cada um de nós é chamado a espelhar uma pequena faceta do Criador. O aborto ceifa a vida dos inocentes e também o plano de Deus em relação à pessoa abortada. Talvez por isso, o ex-satanista convertido ao Catolicismo, Zachary King, disse que o aborto é um dos pilares dos ataques de Satanás contra Deus e a humanidade.

Graves problemas psíquicos da mulher que aborta 
Por afrontar a Deus diretamente, o aborto provoca nas mães que o praticam problemas psicológicos muito graves. É o que revelam diversos estudos:


A psiquiatra e psicanalista Dra. Gilda Paoliello, integrante da diretoria da Associação Mineira de Psiquiatria e professora da residência de psiquiatria do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg), diz que o aborto produz na mulher um “sentimento de culpa, muitas vezes irreversível, levando a uma autocondenação sem apelo.” Segundo ela, essa posição de autocondenação se relaciona com grande incidência de sintomas depressivos e abuso de álcool e outras drogas. “Elas vivem também o transtorno de estresse pós-traumático, com vivências de flashbacks do ato do aborto, vivências persecutórias e ideação suicida em torno de 40% dos casos. Muitas vezes, o sentimento de culpa compromete indelevelmente a vida afetiva da mulher, provocando ‘gravidezes de substituição’, com prejuízo nas ligações maternas posteriores” – explica.[2]

Por sua vez, a ginecologista e professora do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) , Dra. Alamanda Kfoury, afirma que mais da metade das mulheres que abortam tem “dificuldades de se relacionar no futuro e carrega uma culpa gigantesca. As consequências são várias, de médio a longo prazo. É uma situação tão difícil que, às vezes, o parto seria mais fácil”.[3] (grifo nosso)
Segundo informa o jornal britânico The Daily Mail, as mulheres que fazem abortos têm quase o dobro de risco de desenvolver problemas mentais do que as demais pessoas. A pesquisa descobriu que o aborto afeta a saúde mental e pode causar ansiedade, depressão, alcoolismo, abuso de drogas e suicídio. O estudo foi baseado em uma análise de 22 projetos separados que avaliaram as experiências de 877 mil mulheres, das quais 163,831 tinham abortado. Os resultados apontaram que as mulheres que se submeteram ao aborto tiveram um risco 81% maior de problemas de saúde mental e quase 10% das doenças mentais mostraram ligação direta com o ato.
A pesquisa concluiu que o aborto estava relacionado a 34% de aumento de chances de transtornos de ansiedade, 37% de depressão, 110% de aumento de risco do abuso do álcool, 220% do uso de maconha e 155% mais chances de a mulher cometer suicídio.[4]

Castigos divinos

“Abyssus abyssum invocat” (Salmos 42.7) – um abismo atrai outro abismo. Assim, no bojo da legislação que descriminaliza o aborto virão também a eutanásia e o infanticídio, como os praticados em certas comunidades indígenas brasileiras. Permitir a aprovação de uma lei que descriminalize o aborto será um pecado coletivo da Nação, podendo atrair castigos divinos. Isto porque as nações – diferentemente dos indivíduos, que terão o Juízo Particular – são recompensadas ou punidas aqui na Terra. “Deus não se limita a castigar individualmente os homens por sua prevaricação. Quando esta se toma de tal maneira generalizada, a ponto de ser praticada pela maioria maciça da humanidade – ou mesmo de um povo ou dos habitantes de certa região ou país – com requintes de malícia e de impenitência, o Criador pune tais pecadores com grandes castigos coletivos. Ou então ameaça puni-los, caso não se convertam.

“Na Sagrada Escritura são incontáveis as ocasiões em que Deus manifesta sua intenção de punir o povo por seus maus costumes e/ou pelas falsas doutrinas que abraçaram.
“Não foi outro o motivo pelo qual castigou a humanidade com o dilúvio e, mais tarde, com a confusão das línguas e a dispersão (cfr. Gn 6 e 11).”[5]
Que Nossa Senhora de Fátima ilumine os nossos Juízes e legisladores e afaste de nós esse terrível espectro!
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[3] Idem

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Comunismo para crianças


Comunismo para crianças

Por Jurandir Dias


Fui recentemente à Livraria Cultura, em São Paulo, à procura de um livro de literatura infantil para dar a um sobrinho no dia de seu aniversário. Claro que não esperava encontrar Bécassine[i], pois meu sobrinho não sabe francês. Mas esperava encontrar algo do gênero, que preservasse a sua inocência.

Infelizmente, no setor de livros infantis havia outro tipo de literatura: aquela que se ensina nas Universidades, ou seja, O Capital de Karl Marx. O título do livro é O Capital Para Crianças de autoria dos catalães Joan Riera e Liliana Fortiny, lançado pela Editora Boitatá, selo infantil da Boitempo. A obra faz parte de uma série de publicações marxistas que a Editora vem fazendo para comemorar o bicentenário de Karl Marx. Consequentemente, tive que ir a outra livraria.
O livro apresenta o marxismo e a luta de classes numa linguagem simples e didática, fácil para a criança aprender e colocá-lo em prática. São diversas histórias contadas pelo vovô Carlos (alusão a Karl Marx) aos seus netinhos.
Assim, o “vovô” ensina, por exemplo, a teoria marxista da “plus valia”:
“Frederico se espanta quando encontra no mercado um par de meias custando duas libras. Funcionário da fábrica que produz o produto, fica intrigado e quer saber o que leva aquela peça de roupa a custar tanto, já que ele ganha apenas 25 centavos para cada par de meias que produz. Um amigo lhe explica que o valor final leva em conta, além do seu trabalho, o custo do carvão, da lã, das máquinas… No entanto, Frederico continua estranhando a discrepância entre o que recebe e o que é pedido pelas meias. Pede, então, para que Rosa, uma colega bem instruída, faça as contas e lhe explique o que se passa.
“Rosa passa um domingo inteiro, seu único dia de folga, fazendo e refazendo cálculos. Ao cabo, descobre que, do preço final, 1,34 corresponde ao “mais valor” (ou mais valia), o lucro do patrão. ’Bom. Sabe o que eu acho? Que esse tal de ‘mais valor’ deveria se chamar ‘trabalho não pago ao trabalhador’. É muito injusto!”, retruca Frederico. A solução para mudar aquela realidade? Greve geral para que os empregados da fábrica negociem uma jornada de trabalho menor e salários mais altos.”

Depois da greve: “Na fábrica, trabalhadores e trabalhadoras ficaram tão felizes com a negociação que fizeram grande festa. Eles se deram conta de que unidos poderiam conquistar muitas coisas. Frederico e Rosa decidiram viajar pelo mundo para contar esta história para operários, para que todos pudesse viver melhor.”
 “Antigamente – diz o livro – a pessoa que contratava chamava-se capataz, patrão ou amo. Hoje, costuma-se chamar empresário, chefe ou gerente. Já quem era contratado (isto é, o Frederico), antes era chamado de operário ou proletário. Hoje, costumamos chamar de trabalhador, funcionário ou empregado.”

Sobre Che Guevara, diz o livro:

A Revolução tinha triunfado, e agora chegava o momento mais difícil para esses homens e mulheres: reconstruir a ilha. Começaram a distribuir as tarefas (que eram um montão!) de acordo com as capacidades de cada um. Tinham tanto por fazer! E os que estavam ali sentiam a responsabilidade de dar o exemplo… Isto preocupava muito o Che: ser honesto e consequente.”

O verdadeiro Che Guevara

Sim, o sanguinário Che era “consequente”. Para matar, ele não precisava nem de provas nem de julgamento.
Che Guevara discursa na ONU
Num discurso na Assembleia Geral da ONU, em 9 de dezembro de 1964, Che declarou: “Fuzilamentos? Sim, temos fuzilado! E vamos continuar fuzilando enquanto for necessário! Nossa luta é uma luta de morte!” Isto era dito diante dos aplausos ou da omissão daquela seleta Assembleia. Eram os burgueses que achavam graça em seu carrasco.
 Eu não preciso de provas para executar um homem”, gritou Che Guevara para um funcionário do judiciário cubano em 1959. “Eu só preciso saber que é preciso executá-lo”.
Che Guevara: “Eu não preciso de provas para executar um homem”
Segundo José Vilasuso, um cubano que na época auxiliou em julgamentos sumários presididos pelo próprio Che Guevara, estima que esse líder revolucionário tenha sido responsável por mais de 400 sentenças de morte apenas nos primeiros meses em que comandava a prisão de La Cabaña, Cuba. O padre Iaki de Aspiazu, que atendia as confissões e dava extrema-unção, disse que aquele guerrilheiro, pessoalmente, executou mais de 700 pessoas por fuzilamento. Já o jornalista cubano Luis Ortega, que o conheceu ainda em 1954, escreveu em seu livro “Yo Soy El Che!” que o número real de pessoas que Guevara fuzilou pessoalmente, ou mandou que o fizessem, é de 1.892.”[ii]
“Mas… Como era ser livre nesta ilha tão pequenininha?” – pergunta-se no livro.
Hmmm, essa é a pergunta certa! Deixa eu te contar. Você imagina um país onde não existem crianças que tenham que viver na rua? Assim é Cuba depois da Revolução! Por isso, eles não gostam de países onde há muita desigualdade (ricos muito ricos e pobres muito pobres).
Nesta ilha pequena e humilde, ninguém passa fome; o que eles têm (seja muito ou pouquinho) é dividido em partes iguais. Mas também foi erradicada a desnutrição infantil e o analfabetismo…”
Cubanos fugindo para Miami
Realmente é uma boa pergunta: como é ser livre em Cuba?
Essa ilha utópica só existe nos livros de literatura comunista. Na Cuba real, entretanto, a situação é bem diferente: após 59 anos de ditadura comunista ela se tornou um país paupérrimo. Mais de um milhão de pessoas (cerca de 10% da população) se lançaram ao mar, arriscando a própria vida em frágeis embarcações para escapar desse “paraíso” alardeado pela mídia esquerdista. Este fato por si é suficiente para ter-se uma ideia das condições em que vive a população daquela ilha-prisão, onde, segundo o livro O Capital Para Crianças“ninguém passa forme”.
Como explicar também as deserções de atletas, em viagens para jogos em outros países, e de médicos que vêm para o Brasil para trabalhar no programa “Mais Médicos” do governo brasileiro e da Venezuela? Conforme artigo publicado pela “Agência Boa Imprensa”, “em 2012 havia cinco mil profissionais da saúde refugiados nos EUA, mas o número disparou em 2013, atingindo oito mil, 98% dos quais fugiram da Venezuela porque as condições estão cada vez piores nesse país”, informou o Dr. Julio César Alfonso, presidente de Solidariedade sem Fronteiras (SSF), ONG com sede em Miami que auxilia os médicos cubanos que fogem dos despóticos planos sociais que Havana vende como “economia de serviços” no mundo todo.
Na verdade, o comunismo não ama os pobres, mas a pobreza. É isto que ele criou em todos os países onde se instalou.
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Como se já não bastasse a famigerada ideologia de gênero imposta goela abaixo para as nossas crianças em algumas escolas brasileiras, agora querem ensinar-lhes a doutrina comunista. O comunismo odeia a inocência das crianças, por isso quer destruí-la de todas as formas.
Nosso Senhor Jesus Cristo sempre demonstrou o seu amor pelas crianças; várias vezes Ele se referiu a elas com fortes increpações contra aqueles que querem destruir a inocência delas: “Melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho e fosse lançado ao mar, do que fazer tropeçar um destes pequeninos.” (Lucas 17: 2). E ainda no Evangelho de São Marcos 10: 14, diz: “Deixai vir a mim as crianças. Não as proibais, porque o Reino de Deus é dos que são como elas”.
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[i] Bécassine é uma tira de quadrinhos francesa, que teve sua primeira edição em 2 de fevereiro de 1905.