domingo, 29 de julho de 2018

Congresso Mundial de Ginecologia e Obstetrícia ensina a prática do aborto a médicos brasileiros

Congresso Mundial de Ginecologia e Obstetrícia ensina a prática do aborto a médicos brasileiros


Por Jurandir Dias

Prevê-se para outubro próximo no Rio de Janeiro a realização do Congresso Mundial de Obstetrícia e Ginecologia –– FIGO 2018, o qual contempla, em sua fase prévia, um curso de “tecnologias” em aborto com vistas a preparar médicos para a realização de abortos induzidos no primeiro e no segundo trimestre de gestação. [1]
O curso é promovido em parceria com entidades pró-aborto, como a Marie Stopes International Federação Brasileira das Associações de Obstetrícia e Ginecologia (Febrasgo). Esta última tem-se engajado fortemente com outras ONGs da militância pela legalização do aborto no Brasil e se inscreveu na audiência pública da ADPF 442, que tramita no STF para discutir a possibilidade da legalização do aborto até 12 semanas de gestação por vontade da gestante.
Uma das palestrantes será Débora Diniz, presidente no Brasil do Instituto de Bioética (Anis) e vice-presidente da ONG International Women’s Health Coalition (IWHC). O curso abordará inclusive as técnicas de abortos mais agressivas, como a D&E, conhecida como desmembramento.  Esse método consiste em arrancar a criança do útero materno por partes (pernas, braços e partes do corpo), utilizando-se de uma pinça.
Certas profissões, como a de médico e de bombeiro, têm como objetivo específico salvar vidas. Preparar médicos para matar é um paradoxo. Seria o mesmo que preparar bombeiros para matar pessoas num incêndio, em vez de salvá-las.
Por outro lado, nunca se ouviu falar que assassinos precisassem de curso para perpetrar seus assassinatos. Entretanto, por tratar-se de um crime monstruoso que “brada aos Céus e clama a Deus por vingança”, conforme o qualifica a doutrina perene da Santa Igreja, talvez seja preciso um curso. Seria seu objetivo preparar psicologicamente os médicos para o horror do aborto?

Os médicos sabem que a vida começa no momento da concepção

Qualquer médico sabe que a vida humana começa nos primeiros momentos da concepção. No seu livro Catecismo contra o Aborto, o Pe. Davi Francisquini (capa ao lado) nos traz a seguinte informação: O cientista Karl Ernest von Baer, já em 1827, com os  microscópios de então, pôde observar o óvulo e o espermatozoide, a fecundação e o desenvolvimento embrionário, constatando que o início da vida humana ocorre no momento da concepção. Não obstante, os abortistas, sem apresentar qualquer argumento científico, continuam a pôr em dúvida o momento do início da vida humana, para tentar justificar o aborto nessas circunstâncias”(Pergunta nº. 17). [2]
  O Padre David explica também o processo de formação da vida humana no ventre materno: “Cerca de três semanas depois da fecundação, um músculo cardíaco começa a pulsar. Desenvolvem-se outros órgãos até o final do primeiro mês. Ondas cerebrais podem ser detectadas por volta de 40 dias. Durante o segundo mês aparecem os olhos, orelhas, língua e dedos, ao mesmo tempo em que o esqueleto se desenvolve. O coração bate e o sangue flui, com seu tipo próprio já determinado. Por volta da oitava semana começam a se formar nos dedos suas próprias e únicas impressões digitais. E assim por diante, passo a passo — sem nenhuma quebra em seu contínuo desenvolvimento, o embrião se transforma em feto — denominação que tem o embrião cerca da oitava semana, quando os principais órgãos estão constituídos, até nascer a criança por volta de 40 semanas” (Pergunta nº. 18).

 Excomunhão automática

Convém acentuar que quem pratica o aborto viola o quinto mandamento da Lei de Deus e comete pecado grave. Além disso, incorre em excomunhão latae sententiae (isto é, automática). A excomunhão atinge a todos os que, com conhecimento e deliberadamente, intervêm no processo abortivo, quer através da cooperação material — médico, enfermeira, parteira etc. —, quer com a cooperação moral verdadeiramente eficaz — como o marido ou o pai da criança que ameacem a mulher, obrigando-a a submeter-se ao aborto.
O Papa João Paulo II, usando a infalibilidade pontifícia, declarou:
  “Com a autoridade que Cristo conferiu a Pedro e aos seus sucessores, em comunhão com os bispos […], declaro que o aborto direto, isto é, querido como fim ou como meio, constituiu sempre uma desordem moral grave, enquanto morte deliberada de um ser humano inocente […]. Nenhuma circunstância, nenhum fim, nenhuma lei no mundo poderá jamais tornar lícito um ato que é intrinsecamente ilícito, porque contrário à lei de Deus, inscrita no coração de cada homem, reconhecível pela própria razão e proclamada pela Igreja”(Encíclica Evangelium vitae, nº 63, 25 de março de 1995).

Aborto, satanismo e paganismo

Em 2015 um grande escândalo veio à luz. Ele envolvia a organização abortista norte-americana Planned Parenthood, que mantém uma rede de clínicas de aborto alimentada com vasto financiamento do governo americano e instituições privadas.  Naquele ano, uma série de vídeos, gravados com câmeras ocultas, desmascararam um repugnante esquema de tráfico de órgãos e tecidos dos bebês abortados por essa organização.

Na mesma ocasião, o Instituto Lepanto, voltado para a pesquisa e educação católica, entrevistou o ex-satanista Zachary King, que antes de se converter ao catolicismo tinha chegado a praticar abortos ritualísticos. Zachary começou a se envolver com a magia negra aos 10 anos de idade, entrou na seita satânica aos 13 e, aos 15, já tinha infringido todos os 10 Mandamentos.  Pouco tempo depois, ele escreveu o livro Abortion is a Satanic Sacrifice (Aborto é um sacrifício satânico) (capa ao lado). Nesse livro ele aborda a história dos EUA e como o aborto é um dos pilares dos ataques de Satanás contra Deus e a humanidade.
A prática do aborto se assemelha ao infanticídio praticado por algumas tribos indígenas brasileiras. Recente notícia de uma índia de 57 anos que enterrou vivo seu neto recém-nascido chocou a opinião pública. Algumas tribos enterram seus filhos vivos quando eles nascem com alguma deficiência, ou também quando nascem gêmeos. Neste caso, um dos bebês é enterrado vivo.
É curioso o nexo entre aborto, satanismo e paganismo…
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[2] O “Catecismo contra o Aborto” pode ser baixado gratuitamente no seguinte link: https://catholicatraditio.files.wordpress.com/2010/09/catecismo_contra_o_aborto.pdf

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Teratológico ou patológico?




Teratológico ou patológico?


Por
 Jurandir Dias
Lula chega à Superintendência da Polícia Federal em Curitiba,
 em 07 de abril de 2018. Foto de HEULER ANDREY AFP
Este final de semana foi atípico como tem sido atípico o Brasil nos últimos tempos. Fomos surpreendidos, logo pela manhã desse domingo, com a notícia de uma Liminar concedida por um desembargador de plantão que manda soltar o prisioneiro que mais dano fez à sociedade e ao País. Todo o mundo acompanhou o caso, creio que não preciso entrar em detalhes.
O que chamou a atenção, contudo, foram os vais-e-vens de ordens e contraordens dos juízes do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) e do Juiz Sérgio Moro. Depois disso, apareceram diversos comentários de autoridades do mundo jurídico sobre o assunto. Alguns desses comentários se destacam mais pelo que não diz, do que pelo que diz. Assim, a presidente do STF, Ministra Carmen Lúcia, declarou: “A Justiça é impessoal, sendo garantida a todos os brasileiros a segurança jurídica, direito de todos. O Poder Judiciário tem ritos e recursos próprios, que devem ser respeitados. A democracia brasileira é segura e os órgãos judiciários competentes de cada região devem atuar para garantir que a resposta judicial seja oferecida com rapidez e sem quebra da hierarquia, mas com rigor absoluto no cumprimento das normas vigentes”.[1]
É óbvio que o Poder Judiciário, como toda a organização que se preza, tem ritos e recursos próprios, que devem ser respeitados. Entretanto, no mundo em que vivemos parece que o óbvio tem às vezes de ser lembrado. Mas, afinal, o que quis dizer a respeitável presidente do STF? Há nisto uma censura ao Desembargador Favreto?
A decisão deste demonstra, por sua vez, um ativismo judiciário que não respeita nem sequer o próprio Judiciário.
Pareceu-me mais sensata a declaração do ex-ministro do STF, Carlos Velloso: “A decisão é teratológica, portanto fez muito bem o juiz Sérgio Moro de fazer as ponderações, não é possível que a cada momento se tomem decisões que contrariem e afrontem a lei”.[2]
Veloso lembrou ainda que o próprio TRF-4 foi quem autorizou Moro a decretar a prisão de Lula, em abril, quando o petista passou a cumprir pena na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba. “Foi impetrado um habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ), que denegou. Também ao Supremo Tribunal Federal (STF), que denegou”, recorda o ex-ministro, para quem a decisão de soltura desrespeita as instâncias superiores da justiça.
Escolheram um plantonista de domingo para isso, e um plantonista de domingo atendeu. O juiz tem de compreender que juiz pode muito, mas não pode tudo. Isso é o que precisa ser compreendido pelos juízes brasileiros”, concluiu o ex-presidente da Suprema Corte.
Para os leigos em direito, como eu, a palavra “teratológico” chama a atenção. Assim, fui pesquisar o seu significado e constatei que a palavra é relativa à ciência que se ocupa do desenvolvimento anormal e das malformações congênitas, ou das monstruosidades. Uma decisão teratológica “no aspecto jurídico do termo diz respeito a uma decisão absurda, ou seja, em princípio, podemos dizer que seria a decisão que contraria a lógica, o bom senso e a até mesmo – em certos casos – a moralidade, na medida em que é impossível conviver com o imoral e que inviabiliza as relações sociais. Assim sendo, decisão teratológica seria toda aquela que contraria a lógica, o bom senso e as relações interpessoais, ao ponto de comprometer a convivência, a urbanidade, a tolerância, a vida em sociedade, o interesse público.”[3]
Para justificar a sua decisão, Favreto alega “fato novo” que, segundo ele, seria a pré-candidatura de Lula. Ora, isto é fato velho, pois a intenção do Lula de se candidatar vem de antes de ele ser condenado. Por outro lado, pensando assim, todo bandido condenado pela justiça iria querer candidatar-se à Presidência da República para evitar a prisão.
Tal argumento é absurdo, como têm sido absurdos todos os atos e propostas de legislação do PT. Por exemplo, o Estatuto da Diversidade Sexual e de Gênero, apresentado pela senadora Marta Suplicy. Diante de tudo isso, fico a pensar se o lulo-petismo é um fenômeno “teratológico” ou patológico…
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