quarta-feira, 20 de junho de 2018

A Copa do Mundo e a Civilização Cristã


A Copa do Mundo e a Civilização Cristã



Estamos em época de Copa do Mundo. Desta vez ela transcorre na Rússia e servirá para romper as barreiras ideológicas e psicológicas em relação a um país do qual Nossa Senhora disse em Fátima que espalharia seus erros por toda parte. Tal previsão, contudo, já se cumpriu, pois o comunismo se encontra, de alguma forma, instaurado em todo o mundo e até dentro da Igreja.
Esse importante aspecto da realidade contemporânea fica ofuscado pela propaganda com que somos bombardeados a respeito da Copa do Mundo.
Entretanto, algo parece estar mudando. Apesar de todo o esforço midiático, a Copa do Mundo atrai cada vez menos públicoÉ o que observa a professora Nardele Silva, moradora de Belo Horizonte: “Este ano está muito desanimado. Ninguém está em clima de Copa do Mundo. O Brasil está vivendo um momento muito difícil, e isso está nos levando a repensar a importância dos jogos. O Brasil é o país do futebol? Pode até ser, mas também tem que ser o país de outras coisas: o país da segurança, da educação, da saúde. Então, vejo esse desânimo, vejo as pessoas virando as costas para a Copa.”[i]
Também em Portugal, o ex-ministro Pedro Santana Lopes, numa entrevista para a TV SIC,  manifestou o seu profundo desacordo com a importância tributada pela Imprensa ao futebol em detrimento dos problemas realmente importantes da Nação.
Apenas a entrevista havia começado, a jornalista o interrompe para transmitir a chegada de José Mourinho, técnico de futebol, que acabava de desembarcar no Aeroporto da Portela.
Após o repórter falar da importância daquele técnico de futebol, a jornalista retoma a entrevista:
 Volto agora a conversar com Pedro Santana Lopes, estávamos a falar…
– Sabe aonde é que estávamos? – pergunta o entrevistado.
A jornalista apenas começa a justificar aquela abrupta interrupção, o ex-ministro a interrompe:
– E acha que isso justifica? Desculpe a pergunta.
A jornalista, mal à vontade com a reação do entrevistado, tenta se justificar novamente.
O ex-ministro reage:
– Estamos a falar da interrupção. Acha que isso justifica?
E continua, ironicamente, sem deixar a jornalista apresentar as suas escusas:
– José Mourinho é mais importante que qualquer um de nós, sem dúvida nenhuma. A chegada dele põe o país em delírio e os problemas dos partidos e do sistema política não interessam nada. Só lhe pergunto: é assim que o país anda para a frente? Os senhores me convidaram para vir aqui, para vir falar destes assuntos importantes, eu vim com sacrifício pessoal, um sacrifício pessoal, chego aqui e sou interrompido por causa da chegada de um treinador de futebol! Acho que o país está doido, desculpe dizer. Com todo o respeito, e, portanto, eu não vou continuar a entrevista. As pessoas têm que aprender, peço desculpas, mas não vou continuar, sem nenhum preciosismo. Agora, eu tenho regras e não quebro minhas regras.
Após anos de paulatina destruição dos alicerces da sociedade e de inversão de valores promovido por forças hostis à civilização cristã, as quais utilizam o futebol que privilegia os pés e não o trabalho intelectual, parece que está havendo uma sadia reação. É o que fazem transparecer as declarações da professora mineira e do ex-ministro português. Queira Deus que este estado de espírito se mantenha não só no Brasil e em Portugal, mas no mundo inteiro!
__________________________

sexta-feira, 1 de junho de 2018

Quem é o verdadeiro responsável pela paralisação dos caminhoneiros?


Quem é o verdadeiro responsável pela paralisação dos caminhoneiros?


Por
 Jurandir Dias





Um jornalista comentou que não estamos na Idade Média, mas na “Idade da Mídia”. Estamos realmente numa era em que as mídias sociais têm um poder extraordinário e pode até derrubar governos. Aliás, foi o que aconteceu com Dilma Roussef: as grandes manifestações que levaram ao seu impeachment foram convocadas pelos aplicativos de celular como o Watsapp. Do mesmo modo aconteceu na atual paralisação dos caminhoneiros.
O governo parece não ter-se dado conta do risco que corria com a política de preços dos combustíveis criada pela Petrobras em meados do ano passado.
Durante algum tempo, o governo Dilma segurou o preço dos combustíveis sem levar em consideração nem sequer o índice de inflação, uma medida própria de governos populistas de esquerda. Isto provocou um desequilíbrio nas contas da estatal, sem contar ainda o desfalque provocado pela roubalheira que o PT vinha fazendo em vários setores do governo.
Fonte: http://www.petrobras.com.br/

Para tentar cobrir o rombo da Petrobrás, o governo resolveu atrelar o preço do combustível ao dólar e ao preço internacional do barril de petróleo. Assim, o seu preço variava como uma bolsa de valores. Os reajustes têm acontecido quase diariamente. Na semana que antecedeu a greve dos caminhoneiros, por exemplo, foram cinco reajustes. No total, o aumento foi de 6,98% no preço da gasolina e 5,98 no do diesel.
O diesel não é usado só nos caminhões, mas também nas máquinas e implementos agrícolas e seu preço alto gera um custo adicional para os produtores rurais e aumento do preço final para o consumidor, com reflexo na taxa de inflação.
O preço dos combustíveis teve um reajuste de 8%, enquanto a inflação média do ano foi de 0,92% no mesmo período, segundo o IBGE. As grandes empresas de transporte conseguem, de alguma forma, repassar esse aumento no preço final do frete. Os caminhoneiros autônomos, entretanto, não conseguem fazer isso, e estão com um grande prejuízo.
Desde julho do ano passado, quando a Petrobrás adotou a nova política de preços, a gasolina acumula uma alta de 58,76% e o diesel de 59,32 %, segundo informações da Petrobrás. Para justificar o aumento dos combustíveis, a empresa informou que os derivados de combustíveis são commodities e que os preços estão atrelados ao mercado internacional. Soma-se a isto a pesada carga tributária que, no caso do diesel, chega a 46% e da gasolina, a mais de 50%.
Com essa política desastrosa, a situação se tornou insuportável. Entretanto, só o governo não a via – ou não queria ver –, apesar de ter sido alertado várias vezes pelos próprios caminhoneiros. E isto resultou num movimento espontâneo em todo o Brasil, o qual vem contando com o apoio da população semelhante ao ocorrido nas manifestações pelo Impeachment da ex-presidente Dilma Roussef. Em diversos pontos do País pessoas levaram alimentos, água e cobertores aos caminhoneiros, que tinham o apoio de empresas de alimentação e recebiam o incentivo da população através das mídias sociais. Rafael Cortez, cientista político e sócio da empresa Tendências Consultoria, observou que “a população enxerga no conflito entre os caminhoneiros e o governo uma reivindicação que também é sua: a de redução de tributos”.
O governo quis minimizar a importância do movimento. Na quarta-feira, os ministros disseram que os efeitos da greve não eram tão profundos. À tarde, os ministros Eliseu Padilha, (Casa Civil), Carlos Marun (Secretaria do Governo) e Valter Casimiro (Transportes) receberam delegados de organizações que se diziam representantes do movimento dos caminhoneiros. Por instrução do presidente Temer eles propuseram uma trégua, a qual não foi aceita.
À noite, contudo, o presidente da Petrobrás, Pedro Parente, anunciou que a empresa faria uma redução de 10% no preço do óleo diesel e que manteria esse preço por duas semanas. Ele esperava uma atitude de “boa vontade” dos manifestantes. Mas uma questão dessa importância não se resolve com “boa vontade” nem com promessas evasivas.
Finalmente, na quinta-feira, o governo fez um acordo com entidades sindicais no qual se reduziria a zero a alíquota da CID e 10 % no valor do diesel pelos próximos 30 dias e outros pontos menos importantes. O acordo foi assinado por algumas entidades sindicais. O problema, entretanto, é que o movimento dos caminhoneiros não reconheceu essas entidades como seus legítimos representantes e, enquanto o acordo era celebrado, seus líderes passavam mensagens pelo whatsapp sugerindo a todos os motoristas a intensificar os bloqueios em todo o território nacional.
O presidente Temer ficou satisfeito com o acordo e achou que o problema da paralisação dos caminhoneiros estivesse resolvido. Disse que foi dormir tranquilo e quando acordou no outro dia viu que o Brasil “estava pegando fogo”. E chamou de “minoria radical” aqueles que não aceitaram o acordo.
No entanto, parece que ele “dormia” antes e depois do acordo. Agora, entretanto, acordou para uma realidade que não queria ver. Diante disso, resolveu convocar as forças de segurança nacional para conter essa “minoria radical” que mantinha mais de mil pontos de bloqueios em todo o País.
O governo não percebeu – ou não quer perceber – que tal acordo não resolve a questão do aumento dos combustíveis e que o problema está em sua política equivocada de preços, decorrente da herança maldita dos 13 anos de governo do PT, o verdadeiro responsável por essa paralisação dos caminhoneiros.
Napoleão dizia que é fácil construir um trono com baionetas. Difícil, entretanto, é sentar-se sobre ele. A greve dos motoristas pode acabar devido à repressão das forças de segurança, mas ficará um mal-estar que poderá explodir futuramente, talvez não daqui a muito tempo, com efeitos que poderão ser imprevisíveis.